segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Mulher de Areia

Aqui estou numa praia a beira da fogueira com meu violão 
vendo as estrelas longinquas, imaginando como elas estão sozinhas assim como eu.
Aqui estou nessa escuridão, apenas com meus sentimentos e minhas cicatrizes do passado.
A noite é longa e duradoura - a solidão também. Vozes ecoam de todos os cantos
o medo toma conta de mim - o que é real e o que é palpavel? - A escuridão não me deixa saber!
Ouço passos, um nobre caminhar vem em minha direção partindo as ondas do mar, das espumas uma figura se transforma e dela sai uma linda mulher com seus cabelos cacheados com fios dourados, olhos cor de mel que envenenam, e um belo vestido preto, pura tentação carnal.
A bela mulher - Escultura feita para o prazer - enclinou-se ao meu lado(cantando uma canção) e me beijou.
Meu coração apertou como se quize-se sair do peito para abraça-la, sem reação eu não disse nada, apenas deixei-me levar pelo seu doce lábio, seu cheiro,seu toque. Nos deitamos na areia.
Ela levemente segurou em minha mão e sussurou algo em meu ouvido, o que disse foi tão lindo que por maldição não consigo me lembrar. 
A fogueira apagou e a escuridão tomeou conta de nossos corpos, nada mais podia ver, apenas sentir e foi o que eu senti, seu corpo gélido mas aconchegante, seu cheiro de maresia mas perfumado, seu alito quente e doce.
 Por horas trocamos caricias e palavras verdadeiras do mais verdadeiro amor, recíproco e eterno.

Foi a noite mais pura e verdadeira que já vivenciei em toda minha vida insana, noite mágica que parecia que não teria fim (quem me dera fosse verdade).
Com um abraço forte e um beijo ardente ela sussurou outra jura de amor em meus ouvidos, não pude responder o mesmo pois adormeci.
(...)
Quando abri os olhos o sol brilava, aves marinhas piavam, as ondas continuavam vagando em seu oceano, senti falta de algo, uma coisa linda, boa, sublime e muitos outros adjetivos tal quais poderião ser usados. Levantei-me evi pegadas que iam em direção do mar. Segui os passos e cheguei até um corpo de uma bela mulher esculpido em areia, no mesmo instante lembrei-me da noite passada - as memórias vieram como um raio - deitei-me ao seu lado.
Uma enorme onda veio e apagou aquela figura da minha vista, chorei amargamente porque sei que ela nunca mais voltaria para mim, cai de joelhos e apertei a areia contra o meu peito, pranteei desesperadamente e praguejei contra o mar - maldito mar que levou embora meu amor, meu doce sonho.
Voltei em prantos para o acampamento, peguei meu violão e minhas coisas, respirei fundo e quando cheguei em casa escrevi este conto, pois sei que foi real e dela, jamais esquecerei...


Por: Chrystian Pestana em homenagem aos meus amigos que estavam comigo na Praia da guia neste dia fatidico e que sabem que foi real.